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    Dor lombar: quais são as causas e como prevenir

    Atividade física regular e boa postura são essenciais para prevenir a lombalgia

    Por Tiemi OsatoPublicado em 16/08/2022, às 16:29 - Atualizado em 25/05/2023, às 14:54
    Foto: Shutterstock

    Entre as mais de 150 condições musculoesqueléticas que afetam o sistema locomotor humano, a dor lombar é a mais prevalente ao redor do planeta. Os dados, que são da Organização Mundial da Saúde (OMS), também indicam que a dor lombar é a principal causa da incapacidade em 160 países. 

    Tecnicamente, esse quadro é chamado de lombalgia e atinge a região inferior da coluna, perto da bacia. A condição é dividida em três categorias, conforme a duração: aguda (até seis semanas), subaguda (até doze semanas) e crônica (acima de doze semanas). 

    A lombalgia pode ser bem limitante no dia a dia. Durante os episódios de dor, os exercícios costumam ser contraindicados, e a recomendação é voltada para o repouso, o que pode acabar interferindo na realização de uma série de atividades cotidianas — desde tarefas domésticas a demandas de trabalho. 

    O que causa dor lombar?

    “A lombalgia tem uma origem multifatorial”, afirma Renato Ueta, ortopedista e chefe do Grupo de Patologias da Coluna Vertebral da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ou seja, são várias as situações que podem favorecer o surgimento da dor lombar. 

    As duas principais são o sedentarismo e a má postura — seja ao sentar, deitar, fazer exercícios ou carregar objetos pesados, por exemplo. 

    A idade é outro fator de risco que entra na conta quando falamos de dor lombar. “Há uma incidência maior de lombalgia em adultos e idosos do que na população mais jovem”, observa Nicolay Kircov, ortopedista do Hospital Brasília. 

    Isso porque, com o tempo, vamos envelhecendo e a nossa coluna vai ficando mais suscetível à artrose, que é um dos gatilhos para dor. 

    +LEIA MAIS: Veja problemas de saúde que causam dor no joelho 

    “Também podem contribuir para a lombalgia o estresse e a ansiedade, que estão associados a uma maior tensão muscular, e o peso, mas em menor grau do que as pessoas costumam imaginar”, adiciona Ueta. 

    Quando procurar um médico?

    Ao longo da vida, é até esperado que a gente sinta desconfortos pontuais que melhorem sozinhos. “Mas se ocorrer um quadro de dor que não melhora espontaneamente, o recomendado é procurar ajuda profissional”, explica Kircov. 


    “Essas são algumas ‘red flags’ que indicam a necessidade de investigar se há algo além de uma dor mecânica”, alerta Ueta. Mas esses pontos de atenção valem sobretudo para adultos. Quando falamos de crianças, a história muda um pouco. 

    Embora elas possam ter dores eventuais (por terem carregado uma mochila mais pesada ou caído ao brincar, por exemplo), na maioria das vezes as crianças não têm vícios posturais, artrose na coluna ou cargas altas de estresse. Uma dor constante pode indicar algum problema mais sério, como um quadro infeccioso ou um processo tumoral. 

    Agora, voltando aos adultos: outra situação que requer acompanhamento médico é a lombalgia crônica. “A dor crônica é um grande gatilho para quadros de alteração da saúde mental, como a depressão”, comenta Ueta. 

    “E acaba virando um ciclo vicioso: o paciente tem uma dor que limita a sua função, a diminuição da função aumenta a incapacidade, a incapacidade acentua a depressão e a depressão agrava a dor”, esclarece o ortopedista. 

    Por isso, o tratamento da lombalgia crônica é multidisciplinar. Geralmente, utiliza-se um medicamento para aplacar a dor e recorre-se à fisioterapia. Psicólogos, psiquiatras e fisiatras também são bem-vindos nesse processo. 

    Como prevenir a dor lombar?

    Foto: Shutterstock

    O básico para prevenção é evitar o sedentarismo e fazer uma atividade física regularmente. “Não existe uma receita de bolo”, adianta Ueta. “O imprescindível é ser ativo”, complementa. Escolha, então, um exercício que te deixe feliz e confortável — e pratique-o com frequência. 

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    Também é bom levantar periodicamente, porque ficar muito tempo sentado acaba sobrecarregando nossa coluna. O recomendado é não permanecer na mesma posição por mais de meia hora e levantar a cada 45 minutos. 

    E, claro, é fundamental manter uma postura adequada. Um aspecto importante nesse sentido é o abdômen. “Manter essa musculatura fortalecida vai colaborar na prevenção da lombalgia”, afirma Kircov.  

    Outro ponto importante é tentar olhar para o horizonte sempre que possível. Nos acostumamos a olhar para baixo enquanto utilizamos o celular ou o computador, mas isso acaba sendo prejudicial para a nossa coluna.

    Se quiser conferir mais detalhes sobre as posturas indicadas para diferentes atividades do dia a dia, basta clicar aqui e consultar as dicas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, vinculado ao Ministério da Saúde.

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