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    Por que precisamos inovar na saúde?

    Com apoio da tecnologia, é possível melhorar diagnósticos e tratamentos e colocar paciente no centro do cuidado

    Por Samantha CerquetaniPublicado em 19/10/2022, às 11:08 - Atualizado em 25/05/2023, às 21:18
    Créditos: Shutterstock

    O Dia da Inovação é celebrado em 19 de outubro e faz referência ao primeiro voo bem-sucedido de Santos Dumont, realizado em 1901. Mas você já parou para pensar quais foram as inovações em saúde nas últimas décadas que mudaram a sua vida?

    Antes de mais nada: o que significa inovação em saúde? De uma forma bastante resumida, são ações ou formas de prestar serviços na área de saúde com o apoio da tecnologia para melhorar a qualidade de vida de pacientes – ao aumentar a precisão de diagnósticos e tratamentos – ao mesmo tempo que se reduz os desperdícios e custos.

    “A inovação permite extrair o melhor de ideias, pensamentos, processos e pesquisas. O objetivo é entregar os melhores serviços para as pessoas ao aumentar a eficiência e reduzir custos”, explica Victor Gadelha, médico e head de inovação em saúde da Dasa. 

    Pode parecer algo distante da sua realidade, mas a tecnologia em saúde está presente em vários momentos da sua vida e até do seu dia, mesmo que você não perceba. E pode inclusive salvar vidas. 

    Eficiência com a automação de processos

    Se você faz check-ups regulares, já deve ter percebido que os resultados chegam cada dia mais rapidamente, sem que seja necessário sair de casa. Além disso, ao ser internado em um hospital, sua vida pode ser salva quando o médico acessa dados que o ajudam a tomar decisões mais precisas, diminuindo riscos.

    Dentro da área da saúde, a automação em processos promove melhorias nos fluxos de trabalho, tanto na área operacional quanto administrativa e gerencial. Dessa forma, as rotinas passaram a ser executadas por meio de sistemas e programas de computador.

    Portanto, é possível diminuir as tarefas repetitivas, aumentar a produtividade, realizar intercâmbio de dados e simplificar a comunicação. E também tornar todos os processos mais ágeis e eficientes.

    Desde 2018, por exemplo, a Dasa – maior rede de saúde integrada do Brasil – conta com o NOC, o Núcleo de Operações e Controle. Inspirado na aviação, esse centro de controle melhora os processos e garante a eficiência operacional. Mas como ele faz isso?

    “O NOC acompanha todos os passos do paciente, desde o agendamento de uma consulta ou um exame em tempo real até a alta do hospital após um procedimento. Isso gera indicadores e oferece aos gestores informações importantes para a tomada de decisão e assim otimiza os processos”, destaca Emerson Gasparetto, diretor-geral de negócios hospitalares e oncologia.

    Veja como funciona o NOC 

    “Com o volume de dados sobre os pacientes aumentando de forma inédita e rápida, é possível evoluir para a digitalização dos processos, com ganhos para todos. As mais beneficiadas são as pessoas, que passam a contar com atendimentos mais preditivos, preventivos e personalizados”, afirma Leonardo Vedolin, diretor-geral médico e de cuidados integrados da Dasa.

    IA: ferramenta tecnológica garante diagnósticos mais precisos

    É provável que ao pensar em Inteligência Artificial você lembre de robôs ou filmes de ficção científica. No entanto, na área de saúde, esta tecnologia está presente em programas de computador e algoritmos matemáticos de última geração.

    Por meio de dados, hoje conseguimos solucionar problemas específicos, de forma bastante detalhada, em frações de segundos e ainda propor soluções. 

    Assim, temos diagnósticos mais rápidos, otimizamos recursos e temos cirurgias mais precisas.

    “Os algoritmos de IA podem ajudar a captar os detalhes sutis que apontam para a detecção de doenças em estágio inicial.  Isso é possível por meio de algoritmos que analisam sintomas, combinam com exames e comparam com bases de dados científicos”, destaca Felipe Kitamura, neurorradiologista e superintendente de inovação aplicada e inteligência artificial da Dasa.

    Outra vantagem das ferramentas de IA é a possibilidade de oferecer um tratamento personalizado, o que contribuirá com a expectativa de vida. As ferramentas automatizam a pesquisa estatística e ajudam a descobrir quais características indicam que o indivíduo responderá adequadamente a um tratamento específico.

    “A inteligência artificial veio para somar e não visa substituir os médicos. É mais uma ferramenta bastante eficaz, que contribui para agilizar os processos em muitas outras etapas, resultando, por exemplo, em exames de imagem mais rápidos e eficientes”, resume Kitamura.

    Metaverso e a revolução na medicina

    Créditos: Shutterstock

    Em algum momento, você já deve ter se deparado com a palavra metaverso. E, apesar de parecer algo complexo, trata-se de uma realidade virtual imersiva, que pode ser acessada por meio de óculos especiais. 

    Dentro desse universo virtual, os usuários interagem em espaços compartilhados por meio de avatares, usando tecnologias como a de realidade aumentada. 

    Mas como isso funciona na área da saúde? O metaverso pode ser usado desde o atendimento até tratamentos, além de contribuir com o diagnóstico cada vez mais preciso,  planejamento de cirurgias e  formação médica. 

    “Essa tecnologia é considerada recente, mas deve mudar a forma que praticamos medicina e oferece novas possibilidades de treinamento e interação. O metaverso ajudará a planejar cirurgias e melhorar a eficiência médica”, afirma Heron Werner, ginecologista, obstetra e especialista em medicina fetal e coordenador do laboratório de Biodesign Dasa/PUC-RJ. 

    Recentemente, Werner conduziu uma cirurgia para separar bebês gêmeos que nasceram unidos pelo crânio. O procedimento foi planejado usando o metaverso. Para minimizar os riscos cirúrgicos, foi preciso usar a impressão 3D e a inteligência artificial. 

    Inaugurado em 2021, o laboratório de Biodesign Dasa/PUC-RJ atua com a bioimpressão, manufatura aditiva (mais conhecida como impressão 3D) e realidades virtual e aumentada. Além disso, também realiza a simulação de cirurgias por meio do metaverso, para ajudar no planejamento de equipes médicas. 

    “Já é possível promover encontros entre médicos que estão em locais diferentes dentro de um ambiente simulado. Eles visualizam e manipulam imagens holográficas em tempo real. É também ter uma aula dentro de um órgão virtual, como coração ou tuba uterina”, complementa Werner. 

    Na área de bioimpressão, os pesquisadores estão envolvidos na área de medicina regenerativa – e trabalham com a regeneração de membros e articulações, que poderão ser usados em casos de pessoas que sofreram acidentes ou tiveram lesões graves. 

    Leia mais sobre metaverso

    O papel da telemedicina

    Créditos: Shutterstock

    Embora a teleconsulta já fosse uma realidade em muitos países, ela só foi permitida no Brasil durante a pandemia da Covid-19. E foi ela que garantiu o atendimento médico de milhares de pessoas em um momento tão difícil. 

    Por meio das plataformas de telemedicina com sistemas de videoconferência, é possível atender as pessoas de forma segura no conforto de suas casas. 

    Segundo dados da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), 2,5 milhões de teleconsultas foram realizadas na pandemia e 90% dessas pessoas não precisaram de consulta médica presencial, entre abril de 2020 a março de 2021.

    Recentemente, o CFM (Conselho Federal de Medicina) regulamentou o uso da telemedicina. E isso garantiu que não seja mais usada apenas em caráter emergencial, mas faça parte da prática comum da medicina. 

    Mas como garantir a humanização no atendimento à distância? 

    “Nesses casos, a tecnologia não é o mais importante. Ela é apenas um meio. Devemos entender que a teleconsulta é um método de cuidado às pessoas. Portanto, o médico deve seguir os mesmos princípios éticos e de humanização na relação com os pacientes que segue no atendimento presencial”, destaca Jefferson Fernandes, neurologista e expert em educação médica, gestão, saúde digital, telemedicina e telessaúde.

    Experiência do usuário nos serviços de saúde

    Não importa onde você mora, qual seu gênero ou profissão, em algum momento da sua vida será preciso buscar atendimento médico. E aí entra novamente em cena o desafio de integrar a tecnologia, o design e o acolhimento na área de saúde. 

    Nesse cenário, surgem as plataformas digitais, que garantem que a jornada do paciente seja mais rápida e agradável. Hoje, com elas, você recebe alertas sobre exames atrasados, consulta todo o seu histórico de saúde, agendar consultas, exames e vacinas.

    Desde 2021, foi lançado o Nav, plataforma digital de saúde da Dasa, que visa oferecer uma experiência mais fluida e ágil tanto para pacientes quanto para os médicos.

    “Hoje, a conectividade é essencial em diversas áreas da nossa vida, e na saúde não dá para ser diferente. A nossa missão, independentemente de qual frente da Dasa está agindo, ou em qual região do país, é colocar o paciente no centro da nossa estratégia e cuidado”, esclarece Andrea Dolabela, diretora-geral de Produtos, Marketing, Experiência e Analytics da Dasa.

    Cirurgia Robótica: intervenções precisas ajudam na recuperação

    Créditos: Shutterstock

    Você já imaginou ser operado por um robô? Conhecida como cirurgia robótica (ou cirurgia laparoscópica assistida por robótica), trata-se de um método minimamente invasivo, no qual o cirurgião manipula um robô para realizar incisões, remoção de tecidos, estruturas ou órgãos e reconstruções.

    De acordo com o CFM (Conselho Federal de Medicina), as vantagens da cirurgia robótica envolvem tanto os pacientes quanto os médicos. 

    Para pacientes, podemos destacar alguns benefícios: diminuição da perda de sangue, menor tempo de internação, cicatrizes menores, redução da dor e uso de menos medicação, recuperação mais rápida e menos risco de infecção.

    Já para os médicos, proporciona melhor visualização e movimentos mecânicos mais precisos, além de diminuir a fadiga ou tensão nas articulações. 

    A cirurgia robótica se destaca por oferecer tratamentos mais seguros e menos invasivos para a população. Mas os robôs cirúrgicos atuais não realizam os movimentos sozinhos. O cirurgião ainda é responsável por controlar o sistema robótico.

    Na Dasa, por exemplo, a tecnologia está presente em hospitais de alta complexidade, como o Hospital Nove de Julho em São Paulo, pioneiro da rede e que adquiriu dois robôs em 2012 e hoje realiza cirurgias robóticas em diversas especialidades.

     “Temos vasta experiência com a cirurgia robótica, o que é fundamental na otimização dos resultados. Além de realizar procedimentos, oferecemos programas de treinamento para médicos de todo o Brasil”, explica Rafael Coelho, onco-urologista, cirurgião robótico e responsável pela implantação da cirurgia no hospital.

    Medicina genômica: a ciência do futuro em nossas vidas

    Créditos: Shutterstock

    Nas aulas de biologia na escola, aprendemos a importância da genética para definir as nossas características físicas – cor dos olhos, tonalidade da pele, formato do rosto e até tendência a algumas doenças.

    No entanto, a medicina genômica está impactando as áreas de doenças raras, oncologia, farmacologia e doenças infecciosas, como a Covid-19. 

    Vale aqui destacar que a genômica é a área da ciência que estuda os genomas (a sequência completa de um DNA de um organismo) e avalia a interação entre os genes e o meio ambiente. 

    Abaixo, você confere alguns projetos e pesquisas importantes que já fizeram a diferença na saúde do país. 

    DNA do Brasil

    Lançado em 2019, o projeto DNA do Brasil pretende montar um banco com dados genéticos do povo brasileiro, desvendar variações genéticas relacionadas às características de saúde (genes relacionados a doenças), além da origem de boa parte da população.  

    Liderado pela cientista Lygia da Veiga Pereira, professora da USP (Universidade de São Paulo) e especialista em genética, o projeto, que conta com a parceria da Dasa, também visa incluir o Brasil no mapa de estudos genômicos e aumentar a sua representatividade. 

    “O objetivo é identificar o genoma e entender o ser humano desde suas origens, sua evolução, seu organismo e sua saúde. Já conseguimos analisar as predisposições genéticas de algumas doenças, a resposta a medicamentos e até desenvolver novas terapias. O intuito é avançar na área da saúde e pesquisas”, diz a cientista.  

    Inicialmente, o projeto DNA do Brasil teve o objetivo de analisar o sequenciamento de 15 mil genomas de brasileiros de diversas regiões do país.  Na primeira etapa, para contribuir com a iniciativa, a Dasa disponibilizou os 2 mil primeiros genomas para o sequenciamento. 

    Leia mais sobre o DNA do Brasil

    Projeto Genov e o sequenciamento genômico do Sars-CoV-2

    Com a disseminação da Covid-19, a comunidade científica buscou formas de mitigar os efeitos da pandemia. Surgiram pesquisas e ações de diferentes frentes para entender como agia este novo vírus com alta letalidade. 

    As iniciativas de sequenciamento genômico do vírus se destacaram como uma forma de acompanhar a evolução e transformação do Sars-CoV-2 (vírus que causa da covid-19). Entre elas, destaca-se o Genov, projeto científico de vigilância genômica da Dasa.

    Lançado em 2021, ele realiza o sequenciamento amostral do SARS-CoV-2 no Brasil, além de desvendar os traços genéticos do coronavírus para detectar novas variantes. Visa também aperfeiçoar vacinas e guiar medidas e políticas públicas com rapidez. 

    Serão sequenciadas 30 mil genomas do coronavírus para avaliar, entre outras situações, reinfecções e casos graves  em pacientes fora do grupo de risco. 

    Entre os achados do Genov, destacam-se: 

    • Primeira identificação em território brasileiro da variante Alfa em dezembro de 2020; 
    • Descrição de um novo recombinante da variante Ômicron, que foi relatada ao banco genético mundial de variantes de influenza e coronavírus.  

    “Era nosso dever cívico e científico iniciar essa vigilância. Tivemos amostras de todo o país. No futuro, poderemos monitorar doenças causadas por outros agentes. Porém, nossa intenção é trabalhar cada vez mais com saúde, não com a doença”, expõe José Eduardo Levi, virologista e Coordenador do Genov, projeto científico de vigilância da Dasa.  

    Veja como a vigilância genômica salvou vidas na pandemia

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